No Brasil, a maioria das síndromes de origem ocupacional são as afecções que atingem principalmente os membros superiores, região escapular, pescoço e coluna, tendo sido reconhecida pelo Ministério da Previdência Social como Lesões por Esforços Repetitivos (LER), por meio da Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade (1991). Em 1997, com a revisão dessa norma, foi introduzida a expressão Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

LER (Lesão por Esforço Repetitivo) não é propriamente uma doença. É uma síndrome constituída por um grupo de doenças – tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo e mialgias, afetando músculos, nervos e tendões sobrecarregando o sistema musculoesquelético. Esses distúrbios provocam dor e inflamação e podem alterar a capacidade funcional da região comprometida.

Também chamada de DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), LTC (Lesão por Trauma Cumulativo), AMERT (Afecções Musculares Relacionadas ao Trabalho) ou síndrome dos movimentos repetitivos, LER é causada por mecanismos de agressão, que vão desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua execução, até vibração, postura inadequada e estresse. Tal associação de terminologias faz com que a condição seja entendida como uma doença ocupacional, e que existem diferentes profissionais expostos ao risco.

O diagnóstico é basicamente clínico e os principais sintomas são: dor nos membros superiores e nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular, alteração da temperatura e da sensibilidade, redução na amplitude do movimento e inflamação. É importante destacar que, na maioria das vezes, esses sintomas estão relacionados com uma atividade inadequada não só dos membros superiores e da coluna, mas de todo o corpo, que se ressente.
Entretanto, há sintomas específicos para cada fase da lesão. A primeira fase do sintoma da LER/DORT é a dor, que normalmente não é de fácil identificação. A segunda fase é uma dor mais persistente e ainda passível de reversão com mudanças de hábitos e posturas. A partir da terceira fase se torna uma doença crônica e irreversível com dor em pontos definidos em forma de pontadas e choques que não cessam em repouso. No quarto estágio as dores são mais intensas e entre a terceira e quarta fase pode ocorrer deformidades (cistos, inchaços, perda de força) e necessidade cirúrgica.

Diversos dados mostram que a LER/DORT afeta a vida dos portadores acometendo, por decorrência da dor, suas atividades diárias como trabalhar, tarefas domésticas e de autocuidado, como comer e tomar banho.

A LER/DORT é uma síndrome que pode ser prevenida com mudanças de hábitos, com uma ergonomia direcionada ao trabalho, e com a realização de atividades físicas de forma correta e acompanhamento de um profissional.